quarta-feira, 19 de maio de 2010

Observatório da realidade:Governos devem actuar rapidamente para salvar biodiversidade, alerta ONU

Um relatório das Nações Unidas divulgado dia 10 de Maio do corrente mês, conclui que, excepto se forem tomadas medidas rápidas, radicais e criativas para salvar a biodiversidade, os sistemas que suportam diversas formas de vida no planeta correm o risco de entrar em colapso.

«Para um planeta saudável e um futuro sustentável da Humanidade, necessitamos de uma nova visão da biodiversidade», escreveu o secretário-geral da ONU, no seguimento do estudo produzido pela Convenção sobre a Biodiversidade e o Programa das Nações Unidas para o Ambiente.

Ban Ki-moon defende que, para «cortar pela raiz as causas da perda de biodiversidade, é preciso dar ao tema a maior prioridade em todas as áreas de decisão e em todos os sectores da economia», lê-se numa nota de imprensa disponível no site da ONU.

Tendo por base avaliações científicas, cerca de 110 relatórios nacionais e cenários futuros para a biodiversidade, o Terceiro Panorama Global de Biodiversidade (GBO-3) mostra que os líderes mundiais falharam no seu compromisso de reduzir o índice de perda da biodiversidade.

De acordo com o relatório, as cinco causas mais directas de perda de biodiversidade - alterações nos habitats, sobre-exploração, poluição, impacto de espécies invasoras e mudanças climáticas - mantêm-se ou aumentaram a sua intensidade.

«Manter esta situação não é opção se quisermos evitar danos irreversíveis aos ecossistemas do planeta», sublinhou Ahmed Djoghlaf, secretário executivo da Convenção sobre a Biodiversidade, classificando o documento como um "toque de despertar para a Humanidade".

De acordo com os autores do estudo, com uma fracção do dinheiro reunido pelos governos em 2008 e 2009 para impedir o colapso da economia, podia-se evitar uma quebra muito mais séria nos ecossistemas da Terra.

«Muitas economias permanecem cegas ao enorme valor da diversidade de animais, plantas e outras formas de vida e ao seu papel na vitalidade dos ecossistemas, das florestas e das fontes de água doce aos solos, oceanos e até mesmo à atmosfera», assinalou Achim Steiner, director executivo do Programa da ONU para o Ambiente.

O documento será analisado no debate da assembleia-geral agendado para Setembro em Nova Iorque e as suas conclusões serão igualmente discutidas em Outubro na Cimeira da Biodiversidade de Nagoya, no Japão.

www.tsf.sapo.pt

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