domingo, 23 de maio de 2010

Maria João Benoliel: Plano de Segurança da Água «é um desafio que vale a pena»

"A EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres apresentou hoje o seu Plano de Segurança da Água aos stakeholders. Pioneiro a nível nacional, uma vez que abrange todo o ciclo de gestão da água, este plano faz uma análise dos riscos a ter em conta no sistema e as respostas adequadas de actuação.


A responsável pela gestão e actualização do Plano de Segurança da EPAL, Maria João Benoliel, explicou ao AmbienteOnline quais os maiores desafios do processo de avaliação de riscos e as próximas etapas do procedimento. «Considerámos que uma gestão da qualidade da água pela gestão do risco é muito mais segura, em termos de saúde pública e de confiança do consumidor», afirmou a directora de Qualidade da Água da entidade. Aprovado pelo Conselho de Administração da EPAL, o plano demorou dois anos a ser desenvolvido.


Qual foi o seu papel na elaboração do Plano de Segurança da Água (PSA)?
No âmbito do PSA foi criado um grupo de trabalho, transversal à empresa e que envolvia várias direcções. O meu papel passou por coordenar o grupo de trabalho e fazer a ligação directa à administração. Actualmente, estou nomeada com a responsabilidade pela gestão e actualização do PSA.


Como surgiu a oportunidade de desenvolver o PSA?
Em termos de qualidade da água, a EPAL tem um nível muito bom, com um controlo de qualidade muito além daquilo que a legislação obriga. Porém, com a metodologia da Organização Mundial de Saúde (OMS) de avaliação e gestão de risco, com implementação de medidas preventivas, considerámos que esta era a melhor maneira de levarmos a segurança ao nosso consumidor. No fundo, considerámos que uma gestão da qualidade da água pela gestão do risco é muito mais segura, em termos de saúde pública e de confiança do consumidor.


Quais as maiores dificuldades do processo de desenvolvimento?
Fomos ambiciosos e ainda bem que o fizémos. Avançámos para o PSA tendo em consideração a saúde pública, mas também os aspectos estéticos (aceitação do consumidor da água que ingere) e a quantidade da água abastecida. As piores etapas dos pontos de segurança foram na parte da captação, mas também nas redes prediais, que saem da responsabilidade da EPAL. Em termos do nosso próprio plano, a parte mais complexa é a rede de distribuição, porque é muito extensa.


Existiram dificuldades extra por ser a primeira vez que um PSA em Portugal engloba todo o ciclo de abastecimento de água?
Sim. Claro que o facto de participar em várias networks internacionais nos dá o apoio de uma série de entidades estrangeiras. Contudo, não há dúvida que, a nível nacional, é terrível não haver mais nenhum parceiro com quem se possa dialogar e tirar dúvidas. Além disso, um dos pontos mais importantes de termos desenvolvido este PSA é a possibilidade de colaboração, a partir de agora, com outras entidades para que estas possam desenvolver os seus próprios planos.


Quais são agora os próximos passos?
É necessário fazer uma proposta ao Conselho de Administração para a nomeação de uma equipa de trabalho de gestão do PSA. Temos também uma auditoria marcada para Novembro de 2010. Mas posso dizer que os próximos passos fundamentais passam por voltar a rever todo o plano e recomeçar o ciclo. Já identificámos todos os planos de acção e identificámos datas, agora temos que começar a verificar se as acções são implantadas, se as medidas foram adequadas e implementar planos de monitorização. Nunca tem fim, porque há sempre coisas a melhorar. É um desafio que valerá a pena, porque iremos certamente trabalhar melhor."

Sem comentários:

Enviar um comentário