sexta-feira, 7 de maio de 2010

Observatório da Realidade (5)

Fica uma notícia transcrita da edição online do Jornal Público, de hoje. Tenho acompanhado com atenção a questão do alastramento da Maré Negra. Ficam os desenvolvimentos.

Maré negra já chegou ao Luisiana

"Dezoito dias depois do acidente na plataforma no Golfo do México, e pela primeira vez, a Guarda Costeira anunciou oficialmente que o petróleo chegou a terra, a uma ilha ao largo do Luisiana.

Segundo testemunhas que sobrevoaram a zona, manchas de petróleo começaram a dar à costa das ilhas Chandeleur.

“As equipas confirmaram que já há petróleo na ilha Freemason” (ilhas Chandeleur), disse Connie Terrell, da Guarda Costeira.

Várias aves foram avistadas a mergulhar em águas oleosas, de cor acastanhada, e alforrecas mortas começaram a dar à praias das ilhas barreira, conta a estação de televisão WWLTV, filial da CBS para Nova Orleães.

Aves petroleadas, incluindo pelicanos, foram encontradas nas praias de Chandeleur, informou Jeff Dauzat, do Departamento da Qualidade Ambiental do Luisiana.

Segundo o jornal "Los Angeles Times", equipas de resgate e limpeza foram já enviadas para as ilhas Chandeleur, que fazem parte do Refúgio nacional de vida selvagem de Breton, criado em 1904.

Estima-se que mais de 9,5 milhões de litros de petróleo já terão sido libertados nas águas desde o início da catástrofe, ou seja, um quarto do petróleo vertido pelo “Exxon Valdez” em 1989, no Alasca.

Entretanto, uma comissão de seis pessoas - incluindo representantes da Guarda Costeira - vai começar a investigar o acidente com a plataforma na próxima semana.

BP começa a descer cúpula para tentar colmatar a maior fuga

A cúpula gigante destinada a colmatar a fuga que está na origem da maré negra no Golfo do México começou hoje a ser colocada no fundo do mar.

A cúpula de betão e aço com 12 metros de altura começou a ser descida por uma grua ontem às 22h00 locais (03h00 de hoje em Lisboa), no local exacto onde a plataforma Deepwater Horizon se afundou, a 22 de Abril. Segundo Michael De Nyse, responsável da Guarda Costeira, a estrutura de confinamento, com 98 toneladas, deverá demorar dez horas a chegar ao fundo do mar, a 1500 metros de profundidade.

A BP, companhia que explorava a plataforma, espera que o dispositivo de cobertura – construído em Port Fourchon (Luisiana) - esteja “operacional” até segunda-feira. Até lá ainda terá de ser montado um tubo de aço que ligue o contentor ao navio “Enterprise” que está à superfície. A ideia é que até 85 por cento do petróleo que está a ser libertado seja depois canalizado até àquele navio.

Esta técnica – considerada a maior esperança no combate à maré negra - nunca foi tentada a tão grande profundidade, devido à elevada pressão da água. “Não sabemos ao certo se vai funcionar”, confessou o porta-voz da BP, Bill Salvin, ao New York Times. “O que sabemos é que esta é a nossa melhor hipótese de conter o petróleo e isso é muito importante para nós”.

No pior dos cenários, a colocação da estrutura poderá agravar a fuga e multiplicar por 12 a quantidade de petróleo libertado para o mar, actualmente a uma razão de 800 mil litros por dia, adverte a BP.

Se a cúpula funcionar e cumprir os objectivos, poderá ser utilizada uma segunda cúpula que já está a ser construída, para colmatar a segunda fuga, mais pequena."

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