terça-feira, 11 de maio de 2010

Eco-parque do Relvão seduz empresas

Foi a necessidade de instalar equipamentos para tratamento de resíduos que esteve na origem daquele que é hoje o Eco-parque do Relvão. O parque, que começou como aterro de resíduos sólidos urbanos (RSU), abriga actualmente cerca de duas dezenas de empresas da área do ambiente, mas tudo aponta para que continue a crescer e fazer jus à estratégia da autarquia da Chamusca. Para já, estão prometidos mais 45 hectares, uma vez que a área actual de 200 hectares não é suficiente para a procura empresarial.

A curto prazo deverão surgir também mais 150 postos de trabalho, que se juntam aos 350 já existentes. Noutro âmbito, a autarquia iniciou conversações com a EDP para a construção de uma sub-estação eléctrica e viu ainda a candidatura aprovada no âmbito das Estratégias de Eficiência Colectiva –PROVERE (QREN), com investimentos previstos de cerca de 150 milhões de euros.

A história do parque remonta à construção, no concelho, de um aterro de RSU, abrangendo dez municípios, que entretanto se constituíram na Resitejo. A localização estratégica deu uma ajuda e rapidamente se implementou a triagem da recolha selectiva e o encaminhamento para a reciclagem. O projecto crescia e as questões energéticas deram o empurrão que faltava à Câmara Municipal da Chamusca, que acabou por aprovar em sede de Plano Director Municipal (PDM) uma área com cerca de 1 800 hectares para o desenvolvimento dos mais diversos projectos nas áreas dos resíduos, energia e ambiente.

Segundo João Rodrigues, responsável do município, a estratégia foi ganhando consistência progressivamente, tendo surgido o projecto de uma área vocacionada para a instalação de um parque de negócios específico, capaz de responder às necessidades de instalação das diversas

fileiras do ambiente, reciclagem e produção de energias renováveis. «O Eco-parque do Relvão é uma opção estratégica pela via da protecção ambiental, produção de energia e energias renováveis e pela criação de condições para o desenvolvimento económico local e regional», sublinha.

A esta altura os terrenos do Eco-parque estão todos reservados, mas a autarquia promete estender o terreno, já que mais empresas se mostram interessadas no cluster. Numa primeira fase, cinco empresas ocuparam os sete hectares: a Adioplast com uma unidade para reciclagem de plásticos, a Florecha com uma unidade de recolha e preparação de materiais para biomassa, a Restus RIP com uma unidade de triagem de medicamentos, a Taxa&Sousa, especialista na reciclagem de material ferroso e não ferroso, e a Pédecão Construções, com uma unidade para reciclagem de betão e materiais provenientes de demolições, bem como projecto de produção de biodiesel a partir de óleos usados.

Numa segunda fase, a autarquia adquiriu 24 hectares de terreno e entregou os lotes à Purus, com uma unidade para reciclagem de escorias de fundição de alumínio, à Sucatas Lopes, que tem uma unidade de recilgame de metais ferrosos, à Terra Fértil II, com compostagem de resíduos verdes e à Sogebat, com uma unidade de reciclagem de baterias e filtros usados. Ainda na área do Ambiente há mais dez empresas que têm terreno reservado e estão a trabalhar nos seus projectos: A Cespa (tratamento e secagem de lamas de ETAR), Vasco de Sousa, Jojometal e Manuel Maria de Sousa (reciclagem de metais ferrosos), Deriva (tratamento de subprodutos avícolas), Lena Ambiente (produção de energia a partir de CDR), Prolixo (triagem e reciclagem de medicamentos e outros), Socorsul (valorização de embalagens), Ambipower (reciclagem de papel, vidro e materiais ferrosos) e a Componatura (compostagem de resíduos verdes).

Também no Eco-parque do Relvão se encontram os dois CIRVER do país, para tratamento de resíduos perigosos: o Ecodeal, que trata 150 000 toneladas por ano e cujo investimento foi de 25 milhões de euros e o Sisav, com a mesma capacidade de tratamento e com um investimento ligeiramente inferior, da ordem dos 30 milhões de euros. As duas unidades empregam 85 pessoas.

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