quinta-feira, 6 de maio de 2010

Central nuclear portuguesa pode tornar-se realidade

O empresário português Patrick Monteiro de Barros vai propor ao Governo a instalação de uma central nuclear em Portugal. A ideia está a gerar alguns protestos por parte da Quercus.
Um grupo de investidores, liderado por Monteiro de Barros, quer instalar no nosso país uma central nuclear. O projecto é justificado pelo aumento do preço do petróleo que, esta semana, atingiu valores históricos, na ordem dos 60 dólares por barril, no mercado norte-americano.A proposta destes empresários consiste na criação de uma central nuclear de última geração, custeada por fundos exclusivamente privados.
A justificação para este projecto assenta em exemplos estrangeiros de casos bem sucedidos, nomeadamente a França e a Finlândia que conseguiram, segundo os responsáveis do projecto português, reforçar o abastecimento dos respectivos mercados nacionais.A construção de uma estrutura nuclear no nosso país, de acordo com os mesmos, poderia reduzir a dependência do exterior em termos energéticos e ao mesmo tempo ajudar a cumprir o Protocolo de Quioto, no que respeita à emissão de gases poluentes.
A central nuclear apresentada oficialmente esta semana está projectada para uma potência instalada de 1600 megawatt (MW) e demorará sete anos a ser construída.Monteiro de Barros garante que a rentabilidade "está garantida pela sua competitividade".O projecto envolve também a reabilitação das minas da Urgeiriça (Viseu), que possuem elevadas reservas de urânio e cujo custo de exploração obriga a "um investimento mínimo", explicou o empresário.Em relação à eventual localização da central, o investidor afirma que estão a ser estudadas várias possibilidades, mas tudo "depende fundamentalmente de dados técnicos, uma vez que a central tem que estar próxima da água, e da possibilidade de ligação à rede eléctrica".
A proposta de Monteiro de Barros foi bem recebida junto do Ministério da Economia e da Inovação. Embora considere que a instalação de uma estrutura deste género não será possível antes de 2009, o ministro da Economia admite que o tema tem grande actualidade e diz-se disponível para discutir a possibilidade de Portugal avançar neste sector. Manuel Pinho afirma que esta solução "deve ser pensada e discutida com profundidade".
No entanto, os argumentos dos investidores não convenceram a Quercus. A organização ambientalista considera que a central nuclear não é uma opção e apresenta alguns riscos. Francisco Ferreira explicou à TSF que há alguns "problemas chave que afastam a energia nuclear de toda esta equação, o risco e as consequências de acidente, os resíduos radioactivos para os quais continua sem haver solução".O ambientalista argumenta também que as centrais nucleares são um dos alvos preferidos dos atentados terroristas e refere que os custos e tempo associados à construção de uma central são factores que inviabilizam este tipo de projecto.

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