quinta-feira, 15 de abril de 2010

Água potável. Até quando?

A água ocupa quase 71% da superfície da Terra, mas só 1% está disponível para consumo humano, pois 97% é salgada e os outros 2% são glaciares inacessíveis.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), actualmente 1.1 mil milhões de pessoas não têm acesso a água potável e 80% das doenças no mundo resultam dessa escassez. A ONU estima ainda que, se o nível actual de consumo se mantiver, em 2025, cerca de 50% da população mundial irá lidar com falta de água potável
Com a poluição, e com a fusão cada vez maior do mar com o rio não será o momento de começar a pensar em alternativas? Será que não é obrigação do legislador forçar o cidadão a colaborar com o planeta? Criar um conceito de cidadão verde? Ou será que não convém tomar tais medidas porque economicamente não são rentáveis?
Existem soluções simples e imediatas, nomeadamente a racionalização individual do consumo de água; o tratamento de águas residuais domésticas e industriais, que já é feita mas não na proporção desejada; práticas agrícolas amigas do ambiente com uma aplicação racional de pesticidas e fertilizantes; entre outras.
Mas quando nem estas medidas forem suficientes? Será a dessalinização uma solução viável?
A dessalinização consiste em vários processos físico-químicos de retirada de excesso de sal e outros minerais da água. O Médio Oriente é o "Rei" da dessalinização. Devido às grandes reservas de energias existentes juntamente com sua escassez de água levou a construção de grandes plantas de dessalinização nesta região. Todavia, estes processos tradicionais de dessalinização requerem um grande consumo energético. A água é forçada a passar por uma membrana que remove as células do sal e por isso, só funcionam com grandes quantidades de água, sendo dispendiosas economicamente.
Recentemente uma equipa de investigadores do MIT desenvolveu um dispositivo que consegue transformar pequenas quantidades de água do mar (salgada) em água potável através de nanotecnologia. O instrumento agora apresentado funciona mediante um fenómeno conhecido como “polarização por concentração de iões” que acontece quanto uma corrente de iões circula através de um nano-canal que vai seleccionando os iões. Esta tecnologia ainda precisa de ser aperfeiçoada, mas já é uma esperança para a resolução dos nossos problemas.
Contudo, não basta a tecnologia são necessários cidadãos com atitudes conscientes fazendo o bem pelo meio ambiente, denominados actualmente por muitos “cidadãos verdes”. Muitos já foram condecorados, mas não deveria o legislador criar legalmente este estatuto? Sabemos que existem inúmeros diplomas que incentivam as atitudes amigas do ambiente, mas bastará? Ou não deveria o legislador ser mais rígido? Na minha opinião parece-me que ainda há muito por fazer em termos ambientais, não basta o que foi feito até agora. Precisamos de soluções imediatas, não podemos adiar sempre para amanhã o problema, porque depois já pode ser demasiado tarde.

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